A economia circular é um diagrama sistêmico inspirado nos ciclos biológicos e que busca reconstruir capital, seja ele financeiro manufaturado, humano ou natural. É um processo interdependente e colaborativo entre vários agentes da cadeia de valor, cujo objetivo principal é promover avanços em ideias para trazer mais eficiência aos ciclos de vida de produtos e serviços, sempre ancorados no tripé da sustentabilidade: Bom para o meio ambiente, para a sociedade e ser economicamente viável
Um produto que não pode ser reciclado, reparado, reutilizado ou reaproveitado, deveria ser REMOVIDO da cadeia de valor em prol do bem comum.
De acordo OCDE, há 5 modelos de negócio que promovem a transição da economia linear, para a economia circular, e a embalagem de vidro pode ajudar muito neste processo, com diversas vantagens e ideias interessantes.
Os 5 modelos de negócio são:
1) Design de uma cadeia circular de suprimento. É necessário criar e desenvolver produtos com vocação circular desde a concepção do produto, incluindo quais materiais e processos a serem utilizados, e o que acontece depois que mesmo é consumido.
Como o vidro pode ajudar? A embalagem de vidro é um material permanente, ou seja, após sua primeira produção ela não precisa de outras matérias virgens para ser refeito, sendo 100% reciclável de verdade e infinitas vezes, sem perder características físicas e químicas originais. Muitos materiais de embalagem alternativos tem dificuldades para serem reciclados devido a sua composição (multimatériais), ou mesmo tem um número limitado de vezes que pode ser reciclado devido a questões técnicas. Outra vantagem é que ao reciclar uma tornelada de vidro, 1,2 toneladas de matéria virgem deixam de ser extraídas da natureza, há redução energética bem como a emissão de 1 tonelada de CO2 é evitada a cada 6 toneladas de vidro reciclado.
2) Recuperação de materiais para reciclagem
A produção de novos materiais a partir de resíduos pós consumo, move toda uma cadeia de valor, evita a extração de recursos naturais, gerando emprego e renda.
Como o vidro pode ajudar? O principal desafio da reciclagem de vidro no Brasil é logístico. Devido ao tamanho continental de nosso país, bem como fatores educacionais do consumidor, além da falta de tecnologia adequada para transformar resíduos em matéria prima sem contaminantes. É preciso esforços conjuntos de todos os agentes da cadeia, para que o vidro possa voltar a fábrica para se tornar uma nova garrafa. Cooperativas, catadores autônomos, start ups, parceiros que promovem a reciclagem comercial são alguns dos agentes envolvidos nessa cadeia, que sim precisa de incentivos maiores para que o percentual de conteúdo reciclado de vidro no Brasil atinja níveis europeus
Outro ponto importante a ser destacado como vantagem do vidro vs outros materiais é a diferença entre reciclagem e sub-reciclagem (downcycling). A Sub reciclagem ocorre quando um produto reciclado tem valor e características técnicas inferiores ao material original, bem como necessita incorporar outros materiais ao processo, e que inviabiliza a reciclagem posterior devido à dificuldade de separação dos materiais.
Por exemplo, em alguns materiais uma embalagem com maior percentual de conteúdo reciclado precisa ter mais “peso” que a de matéria virgem, ou uma camiseta de algodão e garrafa pet, onde após o uso, obrigatoriamente terá que ir para o aterro devido a inviabilidade técnica de separar os materiais adequadamente.
3) Extensão de vida útil reparo reuso.Precisamos desenvolver produtos com ciclos de vida mais longos, que durem mais e possam ser reparados. Não faz sentido jogarmos uma máquina de lavar fora porque um fusível queimou ou não poder trocar a bateria do celular porque o fabricante não deixa.
Como o vidro pode ajudar? A embalagem de vidro é um dos exemplos mais antigos de eficiência na reutilização. Todo mundo usa um copo de requeijão para beber, ou um pote de azeitona para guardar pregos na garagem. A reutilização é mais nobre do que a reciclagem, pois não requer energia para reciclar, reduz a pegada de carbono e gera valor para o usuário. A embalagem de vidro também permite um shelf-life maior que os outros materiais em geral, por não ser poroso e garantir a preservação por mais tempo, sem alterar o sabor do conteúdo e por não interagir quimicamente com o conteúdo.
A possibilidade de retornabilidade é também uma das principais vantagens do vidro em relação aos outros materiais. Quase metade de toda cachaça bem como a cerveja no Brasil já são comercializadas em garrafas retornáveis, sendo um exemplo mundial.
4) Compartilhamento. Responsabilidade compartilhada traz prosperidade coletiva.
Um dos pilares da economia circular é o foco na maximização da utilização de produtos e serviços, ao invés de “possuir” os mesmos, diminuindo a necessidade de produção “nova”
A integração da cadeia de suprimentos, compartilhamento de caminhões, rotas e ativos em geral traz uma série de benefícios e eficiências ou também unir esforços com outros materiais afim de recuperar vidro de longa distancia para reciclagem.
Como a embalagem de vidro pode ajudar? Um dos exemplos de maior sucesso mundial é o caso das nossas tradicionais cervejas 600ml. A garrafa é a mesma para todos os produtores e marcas, que compartilham o “parque de garrafas retornáveis”, diminuindo a necessidade de compra de novas embalagens anualmente, bem como trazendo uma eficiência incrível para as linhas de produção, logística e clientes em geral. Há garrafas produzidas nos anos 80 ainda em circulação.
5) Mudança de “produto” para serviço: A maior empresa de transporte do mundo, não tem veículos (Uber). A maior empresa de hospedagem não tem quartos (Airbnb), a principal empresa de mídia (facebook) quase não produz conteúdo. A mudança do padrão de consumo de “ter” para “ter acesso ao que preciso” está aí e chegou para ficar.
Como o vidro pode ajudar? Uma série de serviços relacionados a coleta e trituração de vidro em grandes geradores, bem como a prestação de serviço de limpeza do resíduo e transformação da matéria prima já é uma realidade.
O sistema de “pay per fill” nas garrafas retornáveis também é uma possibilidade com a ajuda de tecnologia de rastreamento, IOT e AI. Imagine que uma empresa de cerveja pagasse por cada vez que a garrafa retornável for “cheia” em sua planta. Isso evitaria a necessidade de compras massivas de ativos, bem como faria com que a cadeia de valor como um todo se movesse em prol de obter eficiência na cadeia.
Por fim, entendemos que a jornada para essa transição é longa e precisa de uma participação ativa de todos os entes da cadeia, bem como poder público, que tem papel fundamental nessa cadeia, haja vista que os municípios são responsáveis pela gestão dos resíduos. Só assim conseguiremos caminhar na direção correta.
Vai dar certo.
A consultoria de Alexandre Macário oferece soluções sob medida para que empresas possam alinhar suas práticas ao Decreto 11.300/22, consolidando-se como referências em responsabilidade ambiental e economia circular.
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